Integralismo e História

Como muito apropriadamente sentenciou o Historiógrafo e nosso Companheiro, o Prof. Pimentel da Silva, "estamos cansados desses marxistas travestidos de Historiadores". Assim, a finalidade deste Blog é colocar a disposição do Povo Brasileiro a verdadeira História do Movimento Integralista, inclusive, com a fiel transcrição de Documentos Integralistas, quase sempre sonegados ou reproduzidos parcialmente ou adulterados cinicamente pelos pseudo-Historiadores. Além disso, aqui também serão expostos a Filosofia e o Método Integralistas da História. E, ainda, publicar-se-ão relatos sobre a História do Brasil e do Mundo, de Autores Integralistas.
Pelo Bem do Brasil!
Anauê!

domingo, 12 de dezembro de 2010

O Mercosul, para os Integralistas é sonho antigo

O Companheiro Leo Matos numa manifestação Integralista em São Paulo(SP).
Leonardo Matos*

Muitos desinformados ou mal intencionados falam do Integralismo sem saber realmente o que significa a Ideologia do Sigma. Muitos sabem que se o Integralismo cair novamente no conhecimento público, um levante centena de vezes maior que o da década de 30 irá varrer nossa nação em demonstração de amor e paixão a pátria. O acesso ao verdadeiro Integralismo está sendo facilitado graças a Internet, e com isso os comunas e neoliberais já começam a espernear mentiras sobre o integralismo visando minar nossa inevitável reconstrução. As propostas do Integralismo são coerentes, realistas e por mais antiga que a doutrina seja, suas idéias permanecem atuais.

Um exemplo disso é o Mercosul, que passa nos tempos de hoje por uma séria crise, pois o governo Brasileiro se acovardou e não tomou o comando do Mercosul. O Brasil tem que ser o país líder do Mercosul, pois tem tamanho geográfico e acima de tudo potencial econômico para isso.

Num Estado Integralista, o Mercosul estaria funcionado a pleno vapor, com todos os paises Sul-Americanos potentes economicamente para fazer valer seus direitos Internacionais. Num Governo Integralista o Brasil seria o carro chefe de um bloco econômico forte e nacionalista.


O Mercosul, idéia que para os desinformados surgiu apenas recentemente, para os Integralistas já é um sonho antigo. A prova disso está nessa transcrição do "Manifesto Programa da Ação Integralista Brasileira" (1936), que era o programa que a AIB utilizou na campanha para a eleição presidencial de Janeiro de 1938, e que não aconteceu devido ao golpe de Getúlio Vargas em 10 de Novembro de 1937.

O programa dizia no capitulo que trata da política externa Brasileira:

"Antes de tudo, criar um espírito novo, absolutamente novo, na diplomacia brasileira, reatando as tradições históricas e, ao mesmo tempo, elevando o nível cultural e técnico de todo o funcionalismo do Ministério do Exterior, criando um clima de entusiasmo e supervisão de problemas de ordem externa, renovando a consciência e a mentalidade diplomática, empreendendo assim uma obra de grande envergadura como jamais se imaginou no Brasil. A objetivação de uma unidade moral, cultural, política e econômica na América do Sul; a completa independência do Continente Sul-Americano das influências de estranhos; a uniformidade de ação, a solidariedade completa na solução dos problemas comuns às nacionalidades do Novo Mundo, desde os de ordem econômico-financeira aos culturais - eis um plano a ser executado com firmeza e habilidade, com espírito de fraternidade continental e de brio latino-americano".

E dizia ainda:

"O Integralismo não compreenderá senão como uma vil humilhação para os povos do Continente a mais leve interferência de nacionalidades a ele estranhas na solução de litígios, sejam eles quais forem, entre os países livres da América do Sul. Executar uma política firme, que, gradualmente, extinguindo desconfianças recíprocas, consolide a amizade entre as Nações Latinas do Novo Mundo, marche, com segurança, para a realização de uma grande unidade continental, é um dos grandes propósitos do Integralismo. Pois o Integralismo não deseja apenas a libertação do Brasil, mas de todos os seus irmãos deste hemisfério".

E o programa Integralista trata agora, veja bem, EM 1937, quando a política econômica Sul-Americana ainda era levada no modo "cada um por si", da criação do Mercosul:

"Já é tempo de se pensar na extinção das barreiras alfandegárias entre as Nações sul-americanas, na criação de um Instituto econômico e político, permanente, em que se representarão todos os governos dessas Nações, estabelecendo as bases de uma consciência jurídica própria, de um critério econômico-financeiro uniforme, de uma política homogênea, sem hiatos, sem tergiversações, de uma cultura expressiva das forças profundas da América Latina. Obra para várias gerações, ela se iniciará com a projeção intelectual, econômica e sentimental do Brasil, que só se poderá realizar mediante um novo espírito de política exterior, que o Integralismo pretende criar".

E isso é apenas um dos exemplos, encobertos pela mídia, agente da manipulação histórica anti-integralista, que mostra que o Integralismo mesmo antes de existirem PTs e PSDBs, antes da criação de PMDBs e PFLs, antes da politicagem tomar o lugar da política, em nosso pais, já anunciava e previa todas as medidas que melhorariam a vida do Brasil. Muitas idéias Integralistas hoje são postas em prática. Isso é bom, porém os agentes que põem em prática essas medidas alem de não lembrar o nome do Integralismo ainda o esculacham falsamente quando tem oportunidade.

* Σ – São Paulo – SP

domingo, 5 de dezembro de 2010

Cascudo não renegou seu passado Integralista

Câmara Cascudo e outros Integralistas de Natal(RN)
Luiz Gonzaga Cortez*


Diversos veículos de comunicação social do país, nos dois últimos anos, principalmente em 1999, em função do seu centenário do nascimento e do quarto centenário de Natal, publicaram reportagens, entrevistas e artigos diversos sobre o escritor natalense Luiz da Câmara Cascudo, um dos monumentos da cultura norte-rio-grandense.

E por ter sido uma figura de proa da inteligência da terra, Cascudo, que não era gênio, presunçoso, antipático nem vivia com o rei na barriga, como muitos intelectuais conterrâneos, foi uma figura ímpar, simples, modesto e digno. E dentro dessa dignidade, há um detalhe honestíssimo que não pode ser maculado por ninguém: ele jamais renegou a ideologia integralista.

Os intelectuais potiguares que participaram da Ação Integralista Brasileira (AIB) - a versão cabocla do fascismo italiano, fundada pelo escritor e advogado Plínio Salgado, em 1932(1) - e que tiveram atuação mais destacada foram Luis da Câmara Cascudo, Manuel Rodrigues de Melo, Otto de Brito Guerra, Antonio Soares de Araújo Filho, Edmundo de Melo Lima, Valdemar de Almeida, Hélio Galvão e José Augusto Rodrigues, entre outros. Nenhum deles renegou o seu passado integralista, ideologia que reunia cristianismo, nacionalismo, indianismo, estatismo(2)o e respeito aos direitos humanos, sob o lema de "Deus, Pátria e Família".

Mussolini e Hitler tinha admiradores nas fileiras da AIB em todo o país, principalmente nas regiões sul e sudeste.(3) Mas Cascudo, que não foi anti-semita nem espião nazista, jamais negou que era um ex-integralista, jamais renegou a ideologia fascista brasileira e não se têm provas (um rumor, um boato ou uma soprada no ouvido de alguém sério) de que tenha tocado fogo nos livros, jornais, revistas, camisas, emblemas e dísticos integralistas.

Foi a partir do final de 1998 que começaram a surgir declarações, atribuídas a um filho do grande escritor, de que Cascudo tinha renegado o integralismo e se arrependido de ter vestido camisa verde. Veja bem, caro leitor, somente mais de doze anos depois da morte de Cascudo é que surgiram essas frágeis versões. Em vida, na época em que estavam vivos o dr. Otto Guerra, dr. Clóvis Travassos Sarinho, Manuel Rodrigues, Hélio Galvão e Manuel Genésio, quem se atreveu a dizer que Cascudo tinha queimado os documentos e livros integralistas? Ninguém. Na verdade o que Cascudo abjurou (não confundir com renegou) foi à maçonaria. Nos anos 30/40, Cascudo foi forçado pela Igreja Católica a abjurar a maçonaria, pois caso contrário, não receberia o título de Comendador, concedido pelo Vaticano, que, na época, mantinha relações estreitíssimas com o Duce Benito Mussolini.

Quem duvidar, fineza procurar o professor José Melquíades, que está aí vivíssimo para confirmar e detalhar esse episódio. E mais: na década de 50, quase 20 anos após a extinção da AIB, quando os ex-integralistas(4) estavam reagrupados no Partido de Representação Popular-PRP, também criado por Plínio Salgado, Câmara Cascudo, apesar de afastado da militância política (não se filiou ao PRP), assinava os jornais integralistas Idade Nova e A Marcha. Cascudo não gostava de críticas descabidas ao integralismo, principalmente de pessoas que não tinham lido nada sobre a ideologia de Plínio Salgado. "Jamais renegou os seus princípios e não negava a sua condição de ex-integralista", escreveu o falecido médico Clóvis T. Sarinho (Fatos, Episódios e Datas que a memória gravou, Editora Nordeste, 1991, Natal, páginas 183 e 184).

Na série de reportagens que publiquei no Diário de Natal, a partir de 01 de julho de 1984, “A Pequena História do Integralismo no RN”, mais tarde republicadas em livro editado pela Fundação José Augusto e Clima, cometi o deslize de escrever que o dr. Otto Guerra tinha declarado que Cascudo tinha renegado o integralismo. O dr. Otto mandou uma carta de desmentido, publicada na edição de "O Poti" de 08.07.1984, p.10, da qual extraio o seguinte trecho: "...Minha segunda retificação prende-se ao escritor Luís da Câmara Cascudo, antigo e dedicado "Chefe Provincial" do integralismo no Rio Grande do Norte, durante algum tempo. Nunca o ouvi renegar o seu passado integralista, nem tenho provas disso. Num dos seus livros - "Viajando o Sertão"- ele fala abertamente na sua filiação integralista. Note-se que esse livro foi reeditado faz pouco tempo e Cascudo não alterou ou retirou uma linha do que antes escrevera. Seria pois grave injustiça de minha parte atribuir ao meu velho amigo e mestre, a quem tanto devo na minha formação cultural, uma atitude que desconheço".

Eduardo Maffei(5), escritor paulista, já falecido, esteve em minha modesta residência em março de 1987 e disse-me que admirava muito Cascudo e um dos motivos que lhe causava mais admiração era que ele ainda tinha idéias integralistas (Maffei conheceu-o em Recife, em abril de 1940). Câmara Cascudo foi um dos intelectuais expoentes da Ação Integralistas Brasileira. Escreveu artigos para as publicações integralistas A Ofensiva, Panorama e Anauê, entre outras, na década de 30, até a extinção da AIB, em novembro de 1937.

Alguns desses artigos estão reunidos no livro "Câmara Cascudo, jornalista integralista", publicado pelo Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte que, segundo o escritor Itamar de Souza, é obra indispensável para se conhecer o lado político de Luiz da Câmara Cascudo.(6)

* Luiz Gonzaga Cortez é Jornalista  e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.

Notas do Blog "Integralismo e História":
1) O Integralismo não é a versão cabocla do fascismo, isso é desconhecimento ou preconceito do Autor. Plínio Salgado era Jornalista e não advogado.

2) O exame atento de Documentos Oficiais Integralistas, como o “Manifesto de Outubro”, as “Diretrizes Integralistas”, o “Manifesto Programa de 1936”, entre outros, demonstra cabal e insofismavelmente que o Integralismo jamais foi estatista.

3) Hitler e Mussolini tinham admiradores em todo o Brasil, mas, onde eles menos proliferavam era justamente nas fileiras da AIB. O Integralismo desenvolvia um trabalho de integrar na Pátria Brasileira os filhos e netos de alemães e italianos, o que desagradava principalmente os hitleristas.

4) O Autor comete um equívoco muito comum, o de achar que Integralista é apenas aquele que militou na Acção Integralista Brasileira. Na verdade, Integralista é todo aquele que é adepto do Integralismo. Assim, ex-Integralista é apenas aquele que deixou de seguir a Doutrina do Integralismo e adotou uma outra posição política (liberalismo, anarquismo, comunismo, etc.).

5) Depoimento insuspeito, pois, o sr. Eduardo Maffei era um comunista militante.

6) No início de 2008, encontrei nos meus guardados o Artigo acima, infelizmente, sem indicações de procedência. Mesmo assim, considerei-o esclarecedor e de publicação indispensável. Posteriormente, consegui contatar seu ilustre Autor, que generosa e democraticamente, autorizou por e-mail tal publicação. Agora reedito-o, pois, é de grande importância a sua ampla difusão. Recentemente descobri que uma versão ampliada deste artigo está publicada em Livro cuja leitura tomamos a liberdade de sugerir: CORTEZ, Luiz Gonzaga. "Câmara Cascudo, o Jornalista Integralista". [2. ed.]. São Paulo: Edições GRD, 2002.

 

domingo, 28 de novembro de 2010

Como Estudar Plínio Salgado


Humberto Pergher
Humberto Pergher*

O artista ao modelar o barro para dele extrair uma estátua, não só deixa em sua superfície estampados seus traços digitais, muito mais que isso concretiza na obra a sua idéia e personifica nela seu próprio ser de tal maneira, que esta passa a ser seu retrato mais ou menos fiel conforme a perfeição da obra. Através dela entra-se em contato com a riqueza interior, a vibratividade e euritimia do artista e do homem, para com ele sentir as mesmas emoções.

Pode-se ainda entrar em contato, em comunhão íntima de paixões e idéias pela simples visão do artista, ouvindo-o falar especialmente quando à riqueza de vibração aliar uma espontaneidade de expressão oral e mímica; quando à cadência e ao fluir ligeiro do verbo aliar a agudeza de olhar que magnetiza; quando à grandiosidade e profundidade de idéias, quando a sonoridade da voz e intensidade de emoções, à majestosa estruturação do período aliar, paradoxalmente, uma incompreensível pequenez física talhada duramente pela adversidade e pela luta.

Pois esta visão íntima do homem em sua diáfana transparência esta simbólica vivência de idéias e emoções, esta aterradora pequenez do homem frente ao espírito já a experimentaram todos quantos ouviram uma conferencia de Plínio Salgado. Despe-se imediatamente o espírito do ouvinte de quantos atavios por ventura se ache emaranhado e em sua original candura entra em união intelectual com o conferencista, para sorver gota a gota, o néctar que este destila, modicamente, de início; em ritmo crescente, logo após; e, por fim, em torrentes incontidas ocupando o intelecto e a sensibilidade do ouvinte de maneira tão completa que o tempo perde seu valor. Aqui, mais que em qualquer parte, manifesta-se a pequenez do homem ante o infinito e sua grandeza no finito.

Entrechoque da grandiosidade das idéias com a violência dos sentimentos despertados nos espíritos, busca escape emotivo nos vibrantes aplausos e nas palmas espontâneas de quantos auditórios travem contato íntimo com o espírito de Plínio Salgado. Não há necessidade de anterior conhecimento da vida deste escritor, nem tão pouco de suas idéias, de suas lutas, de seu sofrimento em ver sua Pátria, que deseja grande, pujante e cristã, tão amesquinhada, traída tantas vezes, e cada vez mais enfraquecida em suas forças vitais. É suficiente ver sua pessoa, fisicamente pequena e abatida, transformar-se subitamente em um gigante que domina completamente toda uma multidão pela grande e eloqüente cadência de seu verbo, para sentir com o orador um amor imenso por esta terra que é nossa, uma dor pungente pela desdita que a abate, e a necessidade imperiosa de lutar pela sua re-cristianização, único meio de salvá-la e fazê-la feliz.

É suficiente este contacto auditivo - visual – intelectual - emocional para ter-se o homem todo em toda sua riqueza, em toda a sua grandeza intelectual e moral. Então se compreende sua incrível obstinação em lutar, mesmo que seja sozinho, em sacrificar sua grande vocação para a literatura e “recomeçar mil vezes se for preciso para salvar o Brasil”.

Entretanto, muito restrito é o número dos que podem, por este contato direto assimilar os ensinamentos de Plínio Salgado. A grande maioria dos brasileiros deve fazê-lo pela leitura de suas obras embora em todas as suas obras esteja, em sua totalidade, o homem que dedicou sua vida à causa de Cristo e do Brasil, devido à predominância de um dos aspectos de sua doutrina, poderia o leitor ser levado a um conhecimento parcial e, por isto mesmo, falho, do homem e de seu pensamento.

Pela obra se chega ao autor e pelo autor se compreende a obra.

Por onde se vê ser necessário um conhecimento biográfico do autor para melhor compreensão de sua obra. Urge situá-lo em sua época, no meio em que vive, para conhecer quais as influências do ambiente sobre ele e as suas reações. É necessário saber qual a sua formação religiosa, qual sua adaptação social, para melhor compreender e interpretar as idéias mestras de sua doutrina.

No caso do autor da “Vida de Jesus”, torna-se indispensável saber de seu espírito profundamente cristão, conhecer os laços afetivos que o ligam ao Brasil desde os seus ternos anos, quando num ambiente familiar essencialmente cristão aprendeu a amar a Deus e à sua Pátria. Conhecida sua biografia e tendo presente estes fatores fundamentais, pode-se começar o estudo de seu pensamento sociológico e filosófico pela leitura de suas primeiras obras, os romances “O Estrangeiro”, “O Esperado”, “O Cavaleiro de Itararé”, e a “Voz do Oeste”, nos quais procede a um largo estudo social do homem do interior paulistano, em páginas de rara sensibilidade artística e profundo senso objetivo, cônscio do papel do literato no aprimoramento da sociedade.

Nestes seus romances estão lançados os princípios de toda sua doutrina sociológica, política e filosófica. As inúmeras obras que se seguiram são desenvolvimentos dos princípios anteriormente esboçados. O leitor das obras de Plínio Salgado terá sempre presente o espírito profundamente cristão do autor voltado para a realidade brasileira, esperançoso de ver o Brasil cumprir sua missão histórica da qual se fez para sempre o mesmo incansável batalhador, durante sua vida e após ela na duração de seus escritos. Porém, de todas as obras de Plínio Salgado é na “Vida de Jesus”; que mais alto se ergueu seu gênio. Neste livro uni-se a piedade cristã a alma do artista, o espírito do pensador e a visão do homem público para burilar incontestavelmente a maior pérola da literatura brasileira. Na “Vida de Jesus”, os moços brasileiros têm a obra prima do artista, do sociólogo, do cristão, onde a identificação do autor se faz em cada linha e onde seu pensamento se concretizou para a eternidade.

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É este Plínio Salgado fervorosamente cristão e perdidamente brasileiro que deve ser compreendido em primeiro lugar e está sempre presente ao estudioso de suas obras e de seus escritores. Só assim haverá a perfeita compreensão em sua honestidade intelectual, em sua sensibilidade profundamente humana, em seu ardor apostólico, na crueza apocalíptica de sua analise social do nosso tempo e na certeza absoluta dos superiores destinos do Brasil.

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* Publicado originalmente em “A Marcha”, 12/02/1954, e posteriormente reproduzido no Vol. VIII da “Enciclopédia do Integralismo”.

domingo, 21 de novembro de 2010

Eu vi o 11 de Maio!

Arcy Lopes Estrella, de pé. Sentado a cabeceira da mesa, o Companheiro Ubiratan Pimentel.

Arcy Lopes Estrella*
Data do ataque de alguns Integralistas ao Palácio Guanabara, no Rio de janeiro, durante a presidência de Getúlio Vargas, em 1938


Às 22 horas do dia 10 de maio de 1938, saia eu do Liceu de Artes e Ofícios na Avenida Rio Branco do Rio de Janeiro, onde estudava no horário da noite.

No Largo da Carioca, tomei o bonde com destino à residência, rua Cargo Coutinho próximo ao Largo do Machado, onde saltei. Havia aí, o famoso “Café Lamas”, ponto de reuniões dos boêmios do bairro.

Naquela noite, era o popular Grande Otelo que fazia o programa. Resolvi entrar. Lá pelas 12 horas, as luzes se apagaram. Que teria acontecido? Ninguém sabia. A gerencia do Café providenciou um Lampião... e a festa continua... Resolvi sair. Na Praça, vejo sair da rua Dois de Dezembro, vários caminhões conduzindo nas carrocerias homens vestidos de macacões azuis e lenços brancos ao pescoço. Não havia iluminação, mas a noite estava clara. Os veículos contornavam a Praça e seguiam pela rua das Laranjeiras. A nossa primeira impressão, era que se tratasse de funcionários da Companhia de Eletricidade, cuja usina ficava no quarteirão entre as ruas Machado de Assis e Dois de Dezembro. Fui dormir.

No dia seguinte, fui trabalhar numa tinturaria na rua do Catete próxima à praça José de Alencar. Ali chegando, encontro-me com o Sr. José Carvalho o proprietário do estabelecimento. Ele como eu, pertencíamos ao Núcleo Integralista das Laranjeiras, cujo chefe, era o saudoso Dr. Rocha Vaz. Disse-me o Sr. Carvalho: “estão anunciando pelo rádio que os integralistas invadiram esta noite o Palácio Guanabara. Você não sabe de nada? Não, respondi, Me determina então o Sr. Carvalho: “Você fica dispensado hoje, mas, fica com a bicicleta. Procure ver o que está acontecendo. O que souber, venha me dizer”.

Assim foi feito. Minha primeira iniciativa, foi pedalar com destino ao Palácio Guanabara.

Rodei pela praça José de Alencar, rua Marques de Abrantes e dobrei na Payssandú. A certa altura, defronto com um grupo de homens que vinham a passos largos. Um dos homens me pareceu ser da policia. Fez sinal para que eu me afastasse. Apeei da bicicleta e a encostei numa palmeira. Era o Presidente Getulio Vargas que caminhava com destino o palácio do Catete, alias, como fazia todas as manhãs, passando em frente a nossa loja. Passando o grupo, continuei a minha rota. Na Pinheiro Machado, onde tem sede o Guanabara, não pude entrar. Ali estava um Batalhão de soldados. Volto à tinturaria. O Sr. Carvalho me diz: “O Getulio, passou agora mesmo”, e que o Tenente Fournier Junior, se encontrava exilado na Embaixada Italiana. Apanhei na vitrine, um terno de roupa e simulei a entrega a fregueses. Rodei para a Sede da Embaixada que ficava nas Laranjeiras. Também ali não pude entrar. A policia cercava.

De volta, entro na Igreja no Largo do Machado para rezar. Ao terminar as minhas orações, fui chamado pelo Padre, para uma pequena reunião que se fazia no Salão Paroquial. Vou à loja e volto em seguida para a reunião. Nesta, foi criado um grupo de assistentes sociais que se destinava a ajudar ás famílias dos presos políticos. Eu me apresentei como voluntário. Graças a Deus, o trabalho dos sacerdotes foi um sucesso! Trabalhei até o mês de Julho do ano seguinte, quando após libertar da policia política o Companheiro Manoel Paixão, o “Baiano”, um motorista da praça, tive que, numa fria madrugada, me mandar para a Vila Militar, onde assentei praça voluntariamente, no Regimento – Escola de Cavalaria Andrade Neves, de onde, após a minha incorporação, tive licença para voltar ao Catete, indo, em primeiro lugar, à Igreja onde dei ali por fim, o meu trabalho. Fiz uma boa confissão. Nossa Senhora, muito me ajudou.

Na década de 70, o General Jayme Ferreira da Silva fazia reuniões de Companheiros em seu escritório no Centro da Cidade. As reuniões se faziam aos sábados. Em uma dessas tardes, conheci então, o Almirante Julio Nascimento, que disse ter sido o Comandante-Chefe do Levante ao Guanabara em 11 de Maio de 1938, quando na época era oficial – Tenente da Escola Naval. Em palestra, fez um histórico do acontecimento. Disse-nos o Oficial, que “depois de 3 horas de espera pelo reforço que nunca chegava, conforme o combinado, teve que ordenar a debandada de seus comandados, ficando apenas um pequeno grupo que resistiu, sendo estes presos e desarmados e sumariamente fuzilados às 5 horas da manhã”. As nossas homenagens aos bravos integralistas que morreram pela Liberdade e a Democracia!


* ∑. Fundador do Centro Cultural Plínio  Salgado (CCPS), em Rio do Ouro, Município de São Gonçalo (RJ), e editor do Boletm “Alerta!”. Nasceu em Rio Bonito(RJ), em 24 de Junho de 1917, e foi transferido para a Milícia do Além em 12 de Janeiro de 2004.

Oswaldo Teixeira e a Capa da Revista "Anauê!"

Jorge Figueira*

O cartaz que ilustra este artigo foi produzido pelo artista, ganhador de diversos prêmios nacionais, internacionais e membro da Academia Brasileira de Belas Artes, Sr. Oswaldo Teixeira (1904-1974). Veiculada pela primeira vez na capa da revista Anauê! Nº. 2 de 1935, veio a tornar-se uma das imagens mais marcantes da Acção Integralista Brasileira (1932-1937).

Ela representa, principalmente, a presença do Integralismo em todo o território nacional, pregando assim o Sigma e mostrando com esta ação o objetivo da AIB: unificar o Povo Brasileiro em torno de uma Doutrina Espiritualista. Além desta análise, pode-se observar que o Integralista uniformizado que se encontra pregando o Sigma no mapa é um jovem de imagem heróica pronto para se sacrificar pelo bem do Brasil.

A opção por desenhar um jovem não foi por mero acaso, o Integralismo nos anos 30 era composto em sua maioria de jovens moços, contrariando muitos pesquisadores que insistentemente sugerem que a Acção Integralista Brasileira era composta em sua maioria pela classe média e o clero, portanto, nada mais fiel do que retratar um jovem caracterizando um novo amanhã.

A imagem deste cartaz é inspirada nitidamente no realismo heróico, que foi um estilo artístico de propaganda muito utilizado pelos movimentos políticos dos anos 30 no Brasil e no mundo. Embora boa parte da utilização do realismo heróico estivesse confinada às propagandas Socialistas, a imagem criada por Oswaldo Teixeira resgata essa representação artística para o movimento nacionalista, e prioriza principalmente as cores fortes para demonstrar força, poder e nacionalidade sem ofuscar o elemento heróico do Integralista comum.

O cartaz como meio de comunicação de massa teve seu apogeu entre os anos 30 e 40. Tornou-se um recurso popular para a divulgação de idéias e conceitos dos movimentos políticos transformando-se num canal direto entre os governos e as massas de cidadãos que viviam nos grandes centros urbanos. Não se sabe se o autor ao criar esta imagem tinha pretensões que ela se tornasse um poderoso cartaz de propaganda do Integralismo, porém, pode-se afirmar com certeza que isto aconteceu, sendo usado, mais de 70 anos depois, pelo Movimento Integralista atual.

Para que se possa entender como a imagem que ilustra o artigo tem uma imensurável importância no Integralismo, podemos fazer um paralelo com a imagem do Chefe Nacional Plínio Salgado. Nos Núcleos Integralistas espalhados pelo Brasil era obrigatório que estivesse presente a imagem do Chefe Nacional, onde todos os novos militantes Integralistas deveriam proclamar solenemente, diante do retrato do Chefe, a seguinte promessa: “Juro por Deus e pela minha Honra trabalhar pela Acção Integralista Brasileira, executando sem discutir, as ordens do Chefe Nacional e dos meus superiores hierárquicos”. Este juramento era uma diretriz dos Protocolos e Rituais da AIB. Para a imagem do Sr. Oswaldo Teixeira, não havia nenhuma resolução nos Protocolos e Rituais da AIB que fizessem a sua presença obrigatória dentro do Núcleo, porém, muitas dessas imagens foram destacadas da revista “Anauê!” e colocadas nos Núcleos a fim de simbolizar a unidade nacional do Integralismo.

Buscando informações sobre esta ilustração e sobre seu autor me deparei com um imenso vácuo histórico que há sobre ambos. O artista Oswaldo Teixeira foi durante as décadas de 50 e 60 renegado ao exílio da historia artística nacional, justamente por ter contribuído artisticamente para o Integralismo. Para se encontrar algo sobre esse grande brasileiro foi uma verdadeira cruzada. Já a revista “Anauê!”, apenas o Centro Cultural Arcy Lopes Estrella possui o exemplar digitalizado, é uma pena que outros arquivos e bibliotecas públicas não possuam este material para disponibilizar aos pesquisadores interessados sobre o assunto, talvez seja por este motivo que não haja outros estudos mais aprofundados sobre o tema.
Artigo retirado do boletim Bandeira do Sigma, nº. 5 de 2009
*∑ - Publicitário. Presidente dos Núcleos Integralistas do Estado do Rio de Janeiro – NIERJ.