Integralismo e História

Como muito apropriadamente sentenciou o Historiógrafo e nosso Companheiro, o Prof. Pimentel da Silva, "estamos cansados desses marxistas travestidos de Historiadores". Assim, a finalidade deste Blog é colocar a disposição do Povo Brasileiro a verdadeira História do Movimento Integralista, inclusive, com a fiel transcrição de Documentos Integralistas, quase sempre sonegados ou reproduzidos parcialmente ou adulterados cinicamente pelos pseudo-Historiadores. Além disso, aqui também serão expostos a Filosofia e o Método Integralistas da História. E, ainda, publicar-se-ão relatos sobre a História do Brasil e do Mundo, de Autores Integralistas.
Pelo Bem do Brasil!
Anauê!

domingo, 12 de dezembro de 2010

O Mercosul, para os Integralistas é sonho antigo

O Companheiro Leo Matos numa manifestação Integralista em São Paulo(SP).
Leonardo Matos*

Muitos desinformados ou mal intencionados falam do Integralismo sem saber realmente o que significa a Ideologia do Sigma. Muitos sabem que se o Integralismo cair novamente no conhecimento público, um levante centena de vezes maior que o da década de 30 irá varrer nossa nação em demonstração de amor e paixão a pátria. O acesso ao verdadeiro Integralismo está sendo facilitado graças a Internet, e com isso os comunas e neoliberais já começam a espernear mentiras sobre o integralismo visando minar nossa inevitável reconstrução. As propostas do Integralismo são coerentes, realistas e por mais antiga que a doutrina seja, suas idéias permanecem atuais.

Um exemplo disso é o Mercosul, que passa nos tempos de hoje por uma séria crise, pois o governo Brasileiro se acovardou e não tomou o comando do Mercosul. O Brasil tem que ser o país líder do Mercosul, pois tem tamanho geográfico e acima de tudo potencial econômico para isso.

Num Estado Integralista, o Mercosul estaria funcionado a pleno vapor, com todos os paises Sul-Americanos potentes economicamente para fazer valer seus direitos Internacionais. Num Governo Integralista o Brasil seria o carro chefe de um bloco econômico forte e nacionalista.


O Mercosul, idéia que para os desinformados surgiu apenas recentemente, para os Integralistas já é um sonho antigo. A prova disso está nessa transcrição do "Manifesto Programa da Ação Integralista Brasileira" (1936), que era o programa que a AIB utilizou na campanha para a eleição presidencial de Janeiro de 1938, e que não aconteceu devido ao golpe de Getúlio Vargas em 10 de Novembro de 1937.

O programa dizia no capitulo que trata da política externa Brasileira:

"Antes de tudo, criar um espírito novo, absolutamente novo, na diplomacia brasileira, reatando as tradições históricas e, ao mesmo tempo, elevando o nível cultural e técnico de todo o funcionalismo do Ministério do Exterior, criando um clima de entusiasmo e supervisão de problemas de ordem externa, renovando a consciência e a mentalidade diplomática, empreendendo assim uma obra de grande envergadura como jamais se imaginou no Brasil. A objetivação de uma unidade moral, cultural, política e econômica na América do Sul; a completa independência do Continente Sul-Americano das influências de estranhos; a uniformidade de ação, a solidariedade completa na solução dos problemas comuns às nacionalidades do Novo Mundo, desde os de ordem econômico-financeira aos culturais - eis um plano a ser executado com firmeza e habilidade, com espírito de fraternidade continental e de brio latino-americano".

E dizia ainda:

"O Integralismo não compreenderá senão como uma vil humilhação para os povos do Continente a mais leve interferência de nacionalidades a ele estranhas na solução de litígios, sejam eles quais forem, entre os países livres da América do Sul. Executar uma política firme, que, gradualmente, extinguindo desconfianças recíprocas, consolide a amizade entre as Nações Latinas do Novo Mundo, marche, com segurança, para a realização de uma grande unidade continental, é um dos grandes propósitos do Integralismo. Pois o Integralismo não deseja apenas a libertação do Brasil, mas de todos os seus irmãos deste hemisfério".

E o programa Integralista trata agora, veja bem, EM 1937, quando a política econômica Sul-Americana ainda era levada no modo "cada um por si", da criação do Mercosul:

"Já é tempo de se pensar na extinção das barreiras alfandegárias entre as Nações sul-americanas, na criação de um Instituto econômico e político, permanente, em que se representarão todos os governos dessas Nações, estabelecendo as bases de uma consciência jurídica própria, de um critério econômico-financeiro uniforme, de uma política homogênea, sem hiatos, sem tergiversações, de uma cultura expressiva das forças profundas da América Latina. Obra para várias gerações, ela se iniciará com a projeção intelectual, econômica e sentimental do Brasil, que só se poderá realizar mediante um novo espírito de política exterior, que o Integralismo pretende criar".

E isso é apenas um dos exemplos, encobertos pela mídia, agente da manipulação histórica anti-integralista, que mostra que o Integralismo mesmo antes de existirem PTs e PSDBs, antes da criação de PMDBs e PFLs, antes da politicagem tomar o lugar da política, em nosso pais, já anunciava e previa todas as medidas que melhorariam a vida do Brasil. Muitas idéias Integralistas hoje são postas em prática. Isso é bom, porém os agentes que põem em prática essas medidas alem de não lembrar o nome do Integralismo ainda o esculacham falsamente quando tem oportunidade.

* Σ – São Paulo – SP

domingo, 5 de dezembro de 2010

Cascudo não renegou seu passado Integralista

Câmara Cascudo e outros Integralistas de Natal(RN)
Luiz Gonzaga Cortez*


Diversos veículos de comunicação social do país, nos dois últimos anos, principalmente em 1999, em função do seu centenário do nascimento e do quarto centenário de Natal, publicaram reportagens, entrevistas e artigos diversos sobre o escritor natalense Luiz da Câmara Cascudo, um dos monumentos da cultura norte-rio-grandense.

E por ter sido uma figura de proa da inteligência da terra, Cascudo, que não era gênio, presunçoso, antipático nem vivia com o rei na barriga, como muitos intelectuais conterrâneos, foi uma figura ímpar, simples, modesto e digno. E dentro dessa dignidade, há um detalhe honestíssimo que não pode ser maculado por ninguém: ele jamais renegou a ideologia integralista.

Os intelectuais potiguares que participaram da Ação Integralista Brasileira (AIB) - a versão cabocla do fascismo italiano, fundada pelo escritor e advogado Plínio Salgado, em 1932(1) - e que tiveram atuação mais destacada foram Luis da Câmara Cascudo, Manuel Rodrigues de Melo, Otto de Brito Guerra, Antonio Soares de Araújo Filho, Edmundo de Melo Lima, Valdemar de Almeida, Hélio Galvão e José Augusto Rodrigues, entre outros. Nenhum deles renegou o seu passado integralista, ideologia que reunia cristianismo, nacionalismo, indianismo, estatismo(2)o e respeito aos direitos humanos, sob o lema de "Deus, Pátria e Família".

Mussolini e Hitler tinha admiradores nas fileiras da AIB em todo o país, principalmente nas regiões sul e sudeste.(3) Mas Cascudo, que não foi anti-semita nem espião nazista, jamais negou que era um ex-integralista, jamais renegou a ideologia fascista brasileira e não se têm provas (um rumor, um boato ou uma soprada no ouvido de alguém sério) de que tenha tocado fogo nos livros, jornais, revistas, camisas, emblemas e dísticos integralistas.

Foi a partir do final de 1998 que começaram a surgir declarações, atribuídas a um filho do grande escritor, de que Cascudo tinha renegado o integralismo e se arrependido de ter vestido camisa verde. Veja bem, caro leitor, somente mais de doze anos depois da morte de Cascudo é que surgiram essas frágeis versões. Em vida, na época em que estavam vivos o dr. Otto Guerra, dr. Clóvis Travassos Sarinho, Manuel Rodrigues, Hélio Galvão e Manuel Genésio, quem se atreveu a dizer que Cascudo tinha queimado os documentos e livros integralistas? Ninguém. Na verdade o que Cascudo abjurou (não confundir com renegou) foi à maçonaria. Nos anos 30/40, Cascudo foi forçado pela Igreja Católica a abjurar a maçonaria, pois caso contrário, não receberia o título de Comendador, concedido pelo Vaticano, que, na época, mantinha relações estreitíssimas com o Duce Benito Mussolini.

Quem duvidar, fineza procurar o professor José Melquíades, que está aí vivíssimo para confirmar e detalhar esse episódio. E mais: na década de 50, quase 20 anos após a extinção da AIB, quando os ex-integralistas(4) estavam reagrupados no Partido de Representação Popular-PRP, também criado por Plínio Salgado, Câmara Cascudo, apesar de afastado da militância política (não se filiou ao PRP), assinava os jornais integralistas Idade Nova e A Marcha. Cascudo não gostava de críticas descabidas ao integralismo, principalmente de pessoas que não tinham lido nada sobre a ideologia de Plínio Salgado. "Jamais renegou os seus princípios e não negava a sua condição de ex-integralista", escreveu o falecido médico Clóvis T. Sarinho (Fatos, Episódios e Datas que a memória gravou, Editora Nordeste, 1991, Natal, páginas 183 e 184).

Na série de reportagens que publiquei no Diário de Natal, a partir de 01 de julho de 1984, “A Pequena História do Integralismo no RN”, mais tarde republicadas em livro editado pela Fundação José Augusto e Clima, cometi o deslize de escrever que o dr. Otto Guerra tinha declarado que Cascudo tinha renegado o integralismo. O dr. Otto mandou uma carta de desmentido, publicada na edição de "O Poti" de 08.07.1984, p.10, da qual extraio o seguinte trecho: "...Minha segunda retificação prende-se ao escritor Luís da Câmara Cascudo, antigo e dedicado "Chefe Provincial" do integralismo no Rio Grande do Norte, durante algum tempo. Nunca o ouvi renegar o seu passado integralista, nem tenho provas disso. Num dos seus livros - "Viajando o Sertão"- ele fala abertamente na sua filiação integralista. Note-se que esse livro foi reeditado faz pouco tempo e Cascudo não alterou ou retirou uma linha do que antes escrevera. Seria pois grave injustiça de minha parte atribuir ao meu velho amigo e mestre, a quem tanto devo na minha formação cultural, uma atitude que desconheço".

Eduardo Maffei(5), escritor paulista, já falecido, esteve em minha modesta residência em março de 1987 e disse-me que admirava muito Cascudo e um dos motivos que lhe causava mais admiração era que ele ainda tinha idéias integralistas (Maffei conheceu-o em Recife, em abril de 1940). Câmara Cascudo foi um dos intelectuais expoentes da Ação Integralistas Brasileira. Escreveu artigos para as publicações integralistas A Ofensiva, Panorama e Anauê, entre outras, na década de 30, até a extinção da AIB, em novembro de 1937.

Alguns desses artigos estão reunidos no livro "Câmara Cascudo, jornalista integralista", publicado pelo Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte que, segundo o escritor Itamar de Souza, é obra indispensável para se conhecer o lado político de Luiz da Câmara Cascudo.(6)

* Luiz Gonzaga Cortez é Jornalista  e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.

Notas do Blog "Integralismo e História":
1) O Integralismo não é a versão cabocla do fascismo, isso é desconhecimento ou preconceito do Autor. Plínio Salgado era Jornalista e não advogado.

2) O exame atento de Documentos Oficiais Integralistas, como o “Manifesto de Outubro”, as “Diretrizes Integralistas”, o “Manifesto Programa de 1936”, entre outros, demonstra cabal e insofismavelmente que o Integralismo jamais foi estatista.

3) Hitler e Mussolini tinham admiradores em todo o Brasil, mas, onde eles menos proliferavam era justamente nas fileiras da AIB. O Integralismo desenvolvia um trabalho de integrar na Pátria Brasileira os filhos e netos de alemães e italianos, o que desagradava principalmente os hitleristas.

4) O Autor comete um equívoco muito comum, o de achar que Integralista é apenas aquele que militou na Acção Integralista Brasileira. Na verdade, Integralista é todo aquele que é adepto do Integralismo. Assim, ex-Integralista é apenas aquele que deixou de seguir a Doutrina do Integralismo e adotou uma outra posição política (liberalismo, anarquismo, comunismo, etc.).

5) Depoimento insuspeito, pois, o sr. Eduardo Maffei era um comunista militante.

6) No início de 2008, encontrei nos meus guardados o Artigo acima, infelizmente, sem indicações de procedência. Mesmo assim, considerei-o esclarecedor e de publicação indispensável. Posteriormente, consegui contatar seu ilustre Autor, que generosa e democraticamente, autorizou por e-mail tal publicação. Agora reedito-o, pois, é de grande importância a sua ampla difusão. Recentemente descobri que uma versão ampliada deste artigo está publicada em Livro cuja leitura tomamos a liberdade de sugerir: CORTEZ, Luiz Gonzaga. "Câmara Cascudo, o Jornalista Integralista". [2. ed.]. São Paulo: Edições GRD, 2002.