Integralismo e História

Como muito apropriadamente sentenciou o Historiógrafo e nosso Companheiro, o Prof. Pimentel da Silva, "estamos cansados desses marxistas travestidos de Historiadores". Assim, a finalidade deste Blog é colocar a disposição do Povo Brasileiro a verdadeira História do Movimento Integralista, inclusive, com a fiel transcrição de Documentos Integralistas, quase sempre sonegados ou reproduzidos parcialmente ou adulterados cinicamente pelos pseudo-Historiadores. Além disso, aqui também serão expostos a Filosofia e o Método Integralistas da História. E, ainda, publicar-se-ão relatos sobre a História do Brasil e do Mundo, de Autores Integralistas.
Pelo Bem do Brasil!
Anauê!

sexta-feira, 23 de maio de 2014

O Escandaloso Caso da Ucrânia

Estátua de Lênine sendo destruída em Kiev
Esclarecimento Necessário: Diante da brutal agressão de que está sendo vítima a Ucrânia, muitos Integralistas têm manifestado seu apoio à Nação Ucraniana, mantendo assim a coerência histórica do nosso Movimento que, pela Palavra Autorizada do Chefe Nacional, já em 1961, pugnava pela libertação da Ucrânia do jugo russo. Aos interessados em conhecer melhor a situação política atual da Ucrânia recomendamos a leitura do seguinte Artigo publicado no Portal Oficial do Integralismo: O Conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

Plínio Salgado

Sessão de 24 de Julho de 1961.

O SR. PLÍNIO SALGADO – Sr. Presidente, Srs. Deputados, a colônia ucraniana do Estado do Paraná constitui, entre outras correntes imigratórias, uma considerável força propulsora do progresso daquele Estado. Além de inteligentes e trabalhadores, os filhos dessa nação trouxeram para nosso País um sólido critério moral decorrente de sua concepção religiosa da vida.

O assunto que me traz à tribuna na véspera do Dia do Colono, que se celebra amanhã, sendo de caráter internacional, envolve um interesse brasileiro e, particularmente, um interesse do Estado que represento nesta Casa. (1)

Trata-se do seguinte:

Os expoentes legítimos de todas as organizações políticas da Ucrânia Livre, refugiados no Mundo ocidental, representando as correntes ideológicas e partidárias do povo ucraniano, hoje submetido, na sua terra, ao regime colonial russo, dirigiram à ONU um memorial que constitui o mais clamante documento dos anseios de autodeterminação dos povos esmagados pelo colonialismo russo.

O memorial é datado de 22 de janeiro deste ano, aniversário da independência ucraniana, e está concebido nos termos que vou ler:

“Senhor Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, durante os últimos anos, os povos de vários continentes conquistaram a sua liberdade e constituíram os seus Estados livres e independentes. Estes povos, encontrando dificuldades na conquista ou na consolidação da sua independência, dirigiram-se à ONU, obtendo dela um auxílio moral e material.

A tese da “liberdade individual” e a da “autodeterminação” conseguiram o reconhecimento de todo o mundo livre.

Esta tese e este ideal, entretanto, estão sendo hoje negados e violados pelas práticas do bolchevismo russo contra o povo ucraniano e outras nações subjugadas por Moscou.

Um estado independente ucraniano existiu nos séculos IX e XIV sob a forma de Principado e de Grão-Ducado de Kyiu. No século XVII esta organização ressurgiu na forma do Estado dos cossacos ucranianos, o qual, destruído no Século XVIII, reapareceu em resultado das lutas armadas do povo ucraniano nos anos de 1917 a 1921, pela promulgação de 22 de janeiro de 1918, como República Nacional Ucraniana.

A soberania desta República foi reconhecida de jure e de facto por numerosas nações, inclusive a própria Rússia Soviética.

Esta República Ucraniana tornou-se objeto de agressão por parte dos bolchevistas russos, com ataques simultâneos de seus vizinhos ocidentais. Na defesa da soberania da Ucrânia que existiu como Estrado independente até 1921, tombaram nos campos de batalha centenas de milhares de soldados ucranianos. Os agressores, porém, superaram militarmente a Ucrânia e privaram o seu povo da sua independência.

A República Ucraniana encontrou-se no âmbito do poder de Moscou, que a transformou a seu modo e a incluiu, pela força, na União das repúblicas Socialistas Soviéticas.

A nação ucraniana, desde o momento que foi privada de sua soberania e submetida a Moscou, opõe até hoje ao invasor a sua resistência ativa e passiva. Estas lutas pela sua libertação custaram ao povo ucraniano muitos milhões de vidas.

Para quebrar a resistência ao povo ucraniano, os bolchevistas promoveram em 1933, no país esmagado e escravizado, a famosa “fome artificial” em resultado da qual morreram outros milhões de ucranianos.

Em 1947, a URSS e os governos comunistas da Polônia e da Tcheco-Eslováquia concluíram um tratado militar especial para o combate das forças ucranianas de resistência, que constituíam o Exército Insurrecto Ucraniano.

O invasor moscovita privou o povo ucraniano não só da sua independência, dos seus direitos nacionais e políticos, das possibilidades de seu desenvolvimento cultural e espiritual, mas, até da sua liberdade religiosa. Foram destruídas as igrejas tanto católicas como ortodoxas. A hierarquia superior dessas igrejas e a maior parte dos seus sacerdotes foram assassinados ou deportados para os campos de trabalho forçado.

Os métodos que os bolchevistas russos aplicavam para com a Ucrânia, tão apegada à sua liberdade, indicam os movimentos populares e os levantes ainda recentemente esmagados, indicam as revoltas dos condenados ucranianos nos campos soviéticos de trabalhos escravos, indicam os meios pelos quais foi vencido o levante húngaro em 1956.

O imperialismo russo submeteu ao seu domínio muitos povos. Todos eles se tornaram vítimas de violências, quer as de repressão política, quer as da repressão às religiões. Alguns desses povos foram completamente exterminados, constituindo esse massacre um genocídio total.

O imperialismo moscovita é o maior dos perigos para todos os povos livres. Este perigo só pode ser afastado pela abolição do império russo-bolchevista e pela libertação das nações por ele subjugadas. Entre estas está a Ucrânia.

O Império Russo, criado pelo Czar Pedro I, após a eliminação da Ucrânia tornou-se uma ameaça permanente ao mundo livre.

Nos dias atuais de libertação dos povos, nos dias de anticolonialismo a existência desse império cruel não tem justificação alguma. É uma aberração, contrária aos princípios essenciais do mundo culto.

Os abaixo assinados, representantes das agremiações políticas ucranianas, ora exilados na qualidade de porta-vozes legítimos do povo ucraniano, hoje privado pelo totalitarismo moscovita de se manifestar livremente, dirigem-se à Organização das Nações Unidas e a todos os povos livres, com o apelo no sentido de:

Colocar a questão da libertação da Ucrânia da dominação russa no foro da ONU, incluindo este caso na ordem do dia da próxima Assembleia Geral, por ocasião da discussão do problema do colonialismo em geral.

Seguem-se  as assinaturas dos representantes de dez agremiações e partidos políticos ucranianos, ora em exílio.”

Sr. Presidente, Srs. Deputados, no momento em que o chefe da Missão Soviética em nosso País, em entrevista à imprensa, formula votos para que os povos sejam livres, no instante em que se desencadeia tão boa campanha pela autodeterminação dos povos, conforme diz a mensagem de Kruschev ao Presidente Jânio Quadros, esse requerimento em forma de mensagem e apelo à ONU tem na sua expressão dramática um senso de oportunidade extraordinário.

Solidário com os ucranianos do Paraná e com todos os do mundo, e tendo em vista as amistosas relações do Poder Executivo brasileiro com o Soviét. Supremo, ocorre-lhe, secundando o doloroso gemido que ressoa no desesperado apelo à ONU, solicitar ao Senhor Presidente da República a sua valiosa intervenção junto a Kruschev pedindo ao imperador de todas as Rússias a libertação das Ucrânia que está em armas desde 1918 lutando pela sua independência. (Muito bem; muito bem! Palmas. O orador é cumprimentado),

SALGADO, Plínio. Perfis Parlamentares. Brasília: Câmara dos Deputados, 1982. Transcrito integralmente das páginas 392, 393 e 394.

Nota do Blog:

(1) Plínio Salgado era então Deputado Federal pelo Estado do Paraná.