Ítalo Dal'Mas*
Ao comentar o livro "O Ritmo da História", de Plínio Salgado, Gumercindo Rocha Dórea alertou os brasileiros sobre a existência de boicote covarde e pusilânime contra a obra do grande pensador. Historiadores conscientes da censura ideológica ao pensamento político doutrinário do escritor perguntam: que espécie de cultura brasileira é essa que persegue os gênios condenando-os ao silêncio?
Para o mal do Brasil, entretanto, continua a faina difamatória contra o fundador da Ação Integralista Brasileira. Renato Alencar Dotta, mestrado em história pela USP e historiador do Museu Barão de Mauá, na revista Raízes (nº 27 p 42), em "Fragmentos de uma história esquecida: o integralismo no ABC", com base em notícias de jornais, memórias esparsas e testemunhos inquinados de vícios, declara que a doutrina integralista possuía caráter autoritário (p.42), que os galinhas-verdes e as crianças usavam símbolos ou indumentária fascista e que em 11 de maio de 1938 os integralistas assaltaram a residência de Getúlio Vargas à mão armada. As narrativas históricas do emérito professor, todavia, como confessa, não são analíticas, mas meramente factuais e revelam completo desconhecimento da doutrina pliniana.
Porquanto:
1º) Plínio Salgado sustentava o Estado Integral de natureza ética. O Estado Integral defende a integridade da pessoa humana e o livre arbítrio do cidadão. Combate toda forma de totalitarismo, nazismo, fascismo ou comunismo. Admite a ordem, princípio de coesão e de autoridade. Ordem não como obediência incondicional. Ordem necessária à liberdade e à segurança. Da ordem deriva a hierarquia que não representa obstáculo à democracia, nem é forma de totalitarismo. Hierarquia é visão da totalidade, visão que evita os conflitos entre moralidade e dever. Totalidade nada tem a ver com totalitarismo, que significa a deturpação política e indica o monopólio do poder diverso do termo totalista de natureza cristã, oposto às ditaduras do espírito.
2º) Para melhor apreensão de sua doutrina, Plínio Salgado, usando a linguagem simbólica da época, manifestou sua doutrina através dos símbolos: bandeira em campo azul com círculo branco e dentro deste a letra grega sigma. Os símbolos, aliás, falam mais que as palavras e os conceitos. Possibilitam apreensão imediata e intuitiva das idéias. Os jovens e as crianças, para manifestar seus desejos e suas aspirações, adotam a simbologia, uma forma de conhecimento para indicar os vôos da esperança e dos sonhos intensamente vividos. Os símbolos não podem ser reduzidos a meras ostentações bélicas, o que é indesculpável leviandade.
3º) O assalto ao Palácio do Governo de Getúlio Vargas, em 11 de maio de 1938, não foi atentado Integralista. Trata-se de versão típica da vulgata comunista. A realidade histórica é a seguinte: após o fechamento dos partidos, Plínio Salgado procurou entendimentos com outros políticos para restaurar a democracia no Brasil. Civis e militares apressados resolveram, por conta própria, atacar o Palácio Guanabara. Os principais articuladores foram Euclides Figueiredo, Octávio Mangabeira, Flores da Cunha, auxiliados pelo comunista Tenente Severo Fournier, segundo Sobral Pinto (Pedro Calmon, “Miguel Calmon - Uma Grande Vida" - José Olímpio Editora / Pró-Memória - 1983, p.170).
Não obstante o boicote e deturpação do pensamento, Plínio Salgado permanece como gigantesca rocha, resistindo às ondas da covardia e alienação.
(Publicado na “Tribuna do ABCD”. Ano XII - Nº 538 de 26 de Julho de 2003 - Net. 57 - Diretor Editor Responsável: Antonio Julio Pedroso de Moraes)
* Σ - Jurista e Historiador – São Caetano do Sul - SP.
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Mas, podem existir outras Ondas, que, pulverizando uma civilização fossilizada, formarão o Brasil Integral. |
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