Integralismo e História

Como muito apropriadamente sentenciou o Historiógrafo e nosso Companheiro, o Prof. Pimentel da Silva, "estamos cansados desses marxistas travestidos de Historiadores". Assim, a finalidade deste Blog é colocar a disposição do Povo Brasileiro a verdadeira História do Movimento Integralista, inclusive, com a fiel transcrição de Documentos Integralistas, quase sempre sonegados ou reproduzidos parcialmente ou adulterados cinicamente pelos pseudo-Historiadores. Além disso, aqui também serão expostos a Filosofia e o Método Integralistas da História. E, ainda, publicar-se-ão relatos sobre a História do Brasil e do Mundo, de Autores Integralistas.
Pelo Bem do Brasil!
Anauê!

domingo, 21 de novembro de 2010

Eu vi o 11 de Maio!

Arcy Lopes Estrella, de pé. Sentado a cabeceira da mesa, o Companheiro Ubiratan Pimentel.

Arcy Lopes Estrella*
Data do ataque de alguns Integralistas ao Palácio Guanabara, no Rio de janeiro, durante a presidência de Getúlio Vargas, em 1938


Às 22 horas do dia 10 de maio de 1938, saia eu do Liceu de Artes e Ofícios na Avenida Rio Branco do Rio de Janeiro, onde estudava no horário da noite.

No Largo da Carioca, tomei o bonde com destino à residência, rua Cargo Coutinho próximo ao Largo do Machado, onde saltei. Havia aí, o famoso “Café Lamas”, ponto de reuniões dos boêmios do bairro.

Naquela noite, era o popular Grande Otelo que fazia o programa. Resolvi entrar. Lá pelas 12 horas, as luzes se apagaram. Que teria acontecido? Ninguém sabia. A gerencia do Café providenciou um Lampião... e a festa continua... Resolvi sair. Na Praça, vejo sair da rua Dois de Dezembro, vários caminhões conduzindo nas carrocerias homens vestidos de macacões azuis e lenços brancos ao pescoço. Não havia iluminação, mas a noite estava clara. Os veículos contornavam a Praça e seguiam pela rua das Laranjeiras. A nossa primeira impressão, era que se tratasse de funcionários da Companhia de Eletricidade, cuja usina ficava no quarteirão entre as ruas Machado de Assis e Dois de Dezembro. Fui dormir.

No dia seguinte, fui trabalhar numa tinturaria na rua do Catete próxima à praça José de Alencar. Ali chegando, encontro-me com o Sr. José Carvalho o proprietário do estabelecimento. Ele como eu, pertencíamos ao Núcleo Integralista das Laranjeiras, cujo chefe, era o saudoso Dr. Rocha Vaz. Disse-me o Sr. Carvalho: “estão anunciando pelo rádio que os integralistas invadiram esta noite o Palácio Guanabara. Você não sabe de nada? Não, respondi, Me determina então o Sr. Carvalho: “Você fica dispensado hoje, mas, fica com a bicicleta. Procure ver o que está acontecendo. O que souber, venha me dizer”.

Assim foi feito. Minha primeira iniciativa, foi pedalar com destino ao Palácio Guanabara.

Rodei pela praça José de Alencar, rua Marques de Abrantes e dobrei na Payssandú. A certa altura, defronto com um grupo de homens que vinham a passos largos. Um dos homens me pareceu ser da policia. Fez sinal para que eu me afastasse. Apeei da bicicleta e a encostei numa palmeira. Era o Presidente Getulio Vargas que caminhava com destino o palácio do Catete, alias, como fazia todas as manhãs, passando em frente a nossa loja. Passando o grupo, continuei a minha rota. Na Pinheiro Machado, onde tem sede o Guanabara, não pude entrar. Ali estava um Batalhão de soldados. Volto à tinturaria. O Sr. Carvalho me diz: “O Getulio, passou agora mesmo”, e que o Tenente Fournier Junior, se encontrava exilado na Embaixada Italiana. Apanhei na vitrine, um terno de roupa e simulei a entrega a fregueses. Rodei para a Sede da Embaixada que ficava nas Laranjeiras. Também ali não pude entrar. A policia cercava.

De volta, entro na Igreja no Largo do Machado para rezar. Ao terminar as minhas orações, fui chamado pelo Padre, para uma pequena reunião que se fazia no Salão Paroquial. Vou à loja e volto em seguida para a reunião. Nesta, foi criado um grupo de assistentes sociais que se destinava a ajudar ás famílias dos presos políticos. Eu me apresentei como voluntário. Graças a Deus, o trabalho dos sacerdotes foi um sucesso! Trabalhei até o mês de Julho do ano seguinte, quando após libertar da policia política o Companheiro Manoel Paixão, o “Baiano”, um motorista da praça, tive que, numa fria madrugada, me mandar para a Vila Militar, onde assentei praça voluntariamente, no Regimento – Escola de Cavalaria Andrade Neves, de onde, após a minha incorporação, tive licença para voltar ao Catete, indo, em primeiro lugar, à Igreja onde dei ali por fim, o meu trabalho. Fiz uma boa confissão. Nossa Senhora, muito me ajudou.

Na década de 70, o General Jayme Ferreira da Silva fazia reuniões de Companheiros em seu escritório no Centro da Cidade. As reuniões se faziam aos sábados. Em uma dessas tardes, conheci então, o Almirante Julio Nascimento, que disse ter sido o Comandante-Chefe do Levante ao Guanabara em 11 de Maio de 1938, quando na época era oficial – Tenente da Escola Naval. Em palestra, fez um histórico do acontecimento. Disse-nos o Oficial, que “depois de 3 horas de espera pelo reforço que nunca chegava, conforme o combinado, teve que ordenar a debandada de seus comandados, ficando apenas um pequeno grupo que resistiu, sendo estes presos e desarmados e sumariamente fuzilados às 5 horas da manhã”. As nossas homenagens aos bravos integralistas que morreram pela Liberdade e a Democracia!


* ∑. Fundador do Centro Cultural Plínio  Salgado (CCPS), em Rio do Ouro, Município de São Gonçalo (RJ), e editor do Boletm “Alerta!”. Nasceu em Rio Bonito(RJ), em 24 de Junho de 1917, e foi transferido para a Milícia do Além em 12 de Janeiro de 2004.

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